quinta-feira, 24 de julho de 2008

sobre a noite fria

Um vento norte, carregado de incertezas,
sopra sobre meu quente mate
mas lá do longe não ouço se aquilo,
aquilo que pensei ser meu, bate.

Mais triste que a luz de uma estrela apagar
é não ter a certeza de que se ela não conseguiu amar
As estrelas são os pingentes celestes da noite dos amantes
que não se pode ser cortada como um simples pedaço de barbante.

Nem o vento, dessa noite, tão frio
gela mais do que a certeza de que,
pra sempre, ter-se-á um coração vazio.
Não querendo acreditar em mentira de cúmplice hostil
pois ela vai por terra, depois água, vai para o mar
assim como as lágrimas formando um rio.

Quem sabe essa sina é como a das águas
que sempre pra baixo se perdem nas ramadas.
Algo que precisa da ajuda das chuvas
para lavar e levar tudo como forte enxurrada.

Leva as fronteiras da paz dos galpões
fazendo noite fria de julho
abandonando, pra sempre, um único sonho
que se encontra em dois corações.

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