o dia D!

Tem dias que nunca sairão de nossas memórias. O primeiro dia na escola, primeiro beijo, primeira medalha, primeira capotagem automobilística... e tantos primeiras e únicas vezes que são especiais. Mas, mais especial que a primeira vez de alguma coisa, é quando o momento é marcado, no sentido literal, entra como um MARCO em nossas vida. Isso foi o que aconteceu com esse ser que aqui vos fala. Explanarei sobre o meu "dia D", o marco de minha vida de sorrisos sem fim.
O Sol estava brilhando no alto do céu, em seu ápice diurno. Almoço terminado (panquecas de carne e queijo) e eu me dirijo ao meu quarto para higiene pessoal, ao passar pela sala de estar vejo algo sobre a mesa que me chama a atenção. O futuro da Humanidade, a saga de Marco Polo, de Augusto Cury. Pensei que fosse mais um livro de auto-ajuda que minha mãe, grande e sábia mulher, estivesse lendo. Após retornar para a outra "sala de refeições", peço a ela se eu poderia começar a ler o livro, após resposta afirmativa, ligo o rádio e ao som de Bob Dylan começo, desinteressadamente, a ler o livro.
Na escola, sempre me considerei um cara inteligente. Tinha notas boas, mas meu comportamento era "repugnante", às vezes. Como eu era um carinha fútil e convencido, por me "achar" sábio e dono da situação cometia muitos atos que feriam as pessoas ao meu redor, mas eu não percebia isso. Era como se eu estivesse sempre com a razão. Tanto que fui expulso das aulas de Filosofia em meu terceiro ano. Queria falar demais, não deixava os outros opinarem, e, acima de tudo, desrespeitava os grandes mestres, os professores. Pobres deles, comigo. Hoje, vejo como são importantes em nossa formação como "pessoa humano-social". Acredito que pra maioria deles eu já tive a oportunidade de pedir desculpas, senão por palavras diretas, mas por gestos maiores.
Todo esse meu ridículo e infantil comportamento me levava a uma série de pensamentos obtusos que eu não percebia o quanto eles poderiam ter sido importante se eu tivesse levado em conta primeiro. A maioria de meus discursos era sempre em torna da liderança e do bom exemplo. Maldito hipócrita, eu era! Nunca fui o exemplo que eu deveria ser. Até me lembro que fiz um banner (quando comecei a mostrar meus dotes publicitários) contra o tabagismo com a seguinte frase: São nossas atitudes que mostra o que realmente somos. E, muito além das nossas virtudes são elas o espelho de nossas vidas. Jesus Cristo disse que somos julgados por nossos atos e, que, de nada vale a fé sem obras.
Então, após eu ter tomado consciência disso, parti para o fazer.
Sentei na varanda de casa e comecei a ler... após algumas páginas já me animei quando vi que Marco Polo encarou seu professor logo na primeira aula. Pensei: Esse cara, sou eu! Senti que havia algo de desafiador no livro, O futuro da humanidade... quem teria a ousadia de escrever um livro com esse nome? Que tamanha seria a abrangência humana e social que o livro trataria? O porque escrever sobre o futuro se a gente tem que cuidar do presente?
Com o virar das páginas, vi que muitos questionamentos que eu sempre me fiz ali estavam presentes, fui entrando na história, escrevendo junto com os capítulos mais sérios de minha vida... e assim, foi que tive a consciência de que eu poderia ser uma pessoa melhor.
Pra ter noção de onde eu terminei de ler o livro vou concluir o fato. Na mesma tarde que comecei a ler, perto das três horas, decidi ir até a Star Piscina Clube, como vou todo o dia no verão pra poder ler sob a sombra dos sinamomos. Me escorei na árvore, ajustei confortavelmente a toalha sob meu pescoço, pedi uma cerveja e li... a tarde toda.
Durante a minha viagem ao interior do meu ser e ao fundo do livro olhava as princesas da Terra enquanto ao fundo eu, mentalmente, cantarolava What a wonderful world.
Além da bela história e da grande lição de vida, o livro trouxe à tona um grande ensinamento que eu trago comigo até hoje e, espero, que para o sempre assim será. O princípio da corresponsabilidade inevitável. Isso é motivo para um novo post em época próxima! Mas adianto, que foi por esse princípio simples de amor ao próximo que hoje sou alguém feliz e que canto as belezas da vida presentes no amor sem em vão.



and I think to myself... what a wonderful world!

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